sexta-feira, 19 de junho de 2009

segundo encontro

2º Encontro:
Como este encontro deu-se em uma quarta-feira (17 de Junho) à noite, resolvi fazer uma espécie de relaxamento com as alunas, para começar, com a mensagem/atividade “Medidor de Estresse”.
Como os encontros serão para estudos da Língua Portuguesa, a turma realizou a leitura do texto “Pechada” de Luis Fernando Verissimo (abaixo) que trata das variedades da língua:
PECHADA (Luis Fernando Verissimo)
O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de "Gaúcho". Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.

– Aí, Gaúcho!

– Fala, Gaúcho!

Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente. A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?

– Mas o Gaúcho fala "tu"! – disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato.

– E fala certo - disse a professora. – Pode-se dizer "tu" e pode-se dizer "você". Os dois estão certos. Os dois são português.

O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.

Um dia o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.

– O pai atravessou a sinaleira e pechou.

– O que?

– O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.

A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.

– O que foi que ele disse, tia? – quis saber o gordo Jorge.

– Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.

– E o que é isso?

– Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.

– Nós vinha...

– Nós vínhamos.

– Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.

A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho. Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito.

"Sinaleira", obviamente, era sinal, semáforo. "Auto" era automóvel, carro. Mas "pechar" o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que "pechar" vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido: Pechada.

– Aí, Pechada!

– Fala, Pechada!

Iniciamos, de fato, os estudos do TP3, relembrando e discutindo o que são gêneros textuais, fazendo também algumas leituras do TP (páginas: 19 a 23 e p. 25). Realizando também as atividades encontradas em meio a estas páginas (Atividade 3). Chegamos às seguintes conclusões:
“Gêneros textuais são as diferentes maneiras de organizar linguisticamente as informações no texto.”
“Gênero é mais uma questão de uso do que de forma lingüística.”
Na seção 2, realizamos a leitura das páginas 29 e 32.
Passando para a seção três, houve um momento meu de muita alegria, pois o gênero trabalho nesta, é a “fábula”. Gênero o qual uma das professoras estaria trabalhando em sala de aula com uma turma de 6ª série do EJA e estava precisando de algumas sugestões. As demais cursistas puderam contribuir bastante relatando experiências em salas com fábulas.
Lemos e trabalhamos as páginas 35 a 42.
As professoras gostaram muito quando mostrei o vídeo “Fábulas Modernas e Contemporâneas: A Cigarra e a Formiga” e uma cursista também pode apresentar no computador, que nos estava disponível, um vídeo da UOL também desta fábula.
Assim, pudemos fazer intertextualidades, reflexões sobre o gênero e atividades sobre o mesmo com cinco versões da mesma fábula: duas em vídeo, duas escritas por Monteiro Lobato e uma em forma de poesia de La Fontaine, sendo estas três últimas oferecidas pelo TP3.
Para o próximo encontro, as professoras cursistas deverão ler antecipadamente as seguintes páginas:
Unidade 10:
Seção 1: p. 55 a p. 63 = 9 p.
Seção 2: p. 68 a 75. (toda) = 8 p.
Seção 3: p. 75 a 87. (toda). = 13 p.

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